O pensamento crítico é a competência que nos permite avaliar situações de forma racional, sem deixar que as emoções tomem conta dos nossos pensamentos.
O pensamento crítico envolve um processo de ajuizamento baseado na razão e no raciocínio lógico. Quando aplicamos o pensamento crítico, conseguimos visualizar as coisas com um ponto de vista neutro, evitando mal-entendidos, conflitos e desconfortos, derivados de competências da área cerebral responsável pelas emoções.
Mais, o pensamento crítico auxilia na formação de opiniões, torna as nossas decisões mais assertivas e melhora a nossa capacidade de argumentação.
Algumas das bases do pensamento crítico incluem:
- o inconformismo
- a proatividade
- competências cognitivas
- resolução de problemas
- espírito crítico.
É conhecida a expressão “pensar dá trabalho”, mas a verdade é que “pensar não dá emprego”. Não dá emprego, quando as chefias procuram autómatos que obedeçam às suas ordens, sem questionar.
No setor da Educação, misturam-se professores exaustos por exigências burocráticas que os ocupam mais do que aquilo que foi a sua escolha, como sendo a partilha de conhecimento; a professores exaustos pelas dinâmicas com alunos provenientes de famílias automatizadas ou descompensadas; e ainda professores cujas próprias descompensações emocionais os tornam burocratas.
Neste universo exigente, encontram-se crianças e adolescentes, plenos de hormonas e ávidos de sinapses, que ocorrem na sequência de linhas de pensamento constantes e velozes. Surgem os questionamentos, o inconformismo, a proatividade para mudar o que impede a Construção de um Mundo Melhor e o espírito crítico.
Ao impedirmos, na Educação, o pensamento critico, estamos a ceifar os futuros resolvedores de problemas, os inventores de soluções criativas, os visionários. Estamos a impedir a chegada d’O FUTURO NECESSÁRIO.
Estamos a promover o ostracismo social, estamos a aprisionar a expressão do pensamento. Estamos a castrar, cirúrgica e metodicamente, a maior competência do ser humano.
Há liberdades que se veem: a liberdade física. Mas há outras liberdades sob ameaça:
- a emocional (não podemos estar fracos, temos de criar dinheiro)
- a de escolher fora da norma (a norma é sair de manhã e voltar no fim da tarde)
- a de pensar (temos de pensar “bem”, e isso significa pensar “igual”).
E “igual” a outra pessoa, que também pensa que “pensar bem” é pensar como o outro. E assim se difunde e implanta este modo de viver, em que se obedece e não se questiona, não se rejeita, não se altera, não se muda!
Só é aceite que pensemos SE pensarmos igual a quem manda, esse ser privilegiado que teve o primeiro (e único!) pensamento deveras crítico e criativo. Os restantes pensadores, os fora da norma, são tidos como rebeldes, arruaceiros, ignorantes e desobedientes.
Mas, e desobedientes a quem, ao quê?! À norma dos prepotentes, dos incompetentes, dos inseguros, dos preguiçosos, dos que querem o mundo como está porque este “estar” lhe traz benefícios.
Já se conseguiu amordaçar o idoso, pela sua fragilidade física e, cada vez mais, económica, a que se acrescenta a solidão e o abandono.
Já se teve sucesso em aprisionar o adulto ativo (entenda-se, o que tem emprego), com salário e correspondente horário, que o impede de Ser Indivíduo, de ser Pai ou Mãe presente e carinhoso, tornando-o escravo do final do mês, ao mesmo tempo que transfere esse estado de escravidão ao seu agregado familiar.
Estamos a assistir à massificação de ações de formação para desempregados, atualizando-os em matérias que estão desenquadradas do seu percurso de carreira de uma vida, mantendo-os ocupados e acalmados com bolsas de formação e horas despendidas, sem que haja qualquer garantia de retoma de um trabalho promotor de realização pessoal e evolução individual.
O que falta? A raiz. As novas gerações. As crianças, os adolescentes. Há que impedir que pensem de forma critica. Não vão eles querer mudar o cenário tão bem montado. Ou que se montou porque não houve Espírito Critico associado a Proatividade, a Tempera, a Coragem, a Criatividade.
A Educação é dada em casa. A informação é dada nas escolas. A Aprendizagem é dada pela experimentação, tentativa e erro. Será isto verdade? Será este ciclo mesmo assim?
Que cada um de nós reflita.
E … pense.
© Ana Kintsugi
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