Há muito, muito tempo atrás, quando não existiam caravanas e os mercadores tinham de caminhar quilómetros e quilómetros, para atravessar aldeias e países inteiros a pé, havia uma mulher – uma mulher que carregava um único tapete e que visitava todos os lugares e de todos esses lugares ela partia com um novo tapete.
Conta-se que uma vez esta mulher entrou numa cidade, a Cidade das Flores, e ali todas as paredes, tetos e jardins estavam cobertos com as mais belas e raras flores. O ar estava repleto de muitos odores distintos e todas as pessoas daquela cidade usavam lindas roupas e joias com as cores do arco-íris.
Umas dessas pessoas – um casal ricamente vestido – aproximou-se da Mulher do Tapete e pediu-lhe que fosse à sua villa. A Mulher do Tapete aceitou e seguiu o casal pela cidade até avistar uma villa reluzente, toda pintada e enfeitada de azul. Fontes de água estavam por toda a parte, lindas criadas em cada esquina serviam um prato com água fresca e frutas, crianças brincando e.… o mais interessante, um templo azul. Essa foi a direção que o casal e a Mulher do Tapete seguiram.
Ao entrar no templo, a Mulher do Tapete não parava de olhar; a paz e a tranquilidade eram uma presença forte ali. Era como se a vida e o som típico da agitação do mundo tivessem desaparecido, mas também não estava presente o silêncio. Havia um som subtil que a Mulher do Tapete conseguia ouvir, mas o casal parecia não o captar.
A Mulher do Tapete continuou a seguir o casal. (…)